A Fé e a Postura de Fé

Cada um de nós cultiva os campos da alma. Compreendendo o enigma de termos nascido neste mundo tendo gratidão por isto, cultivamos em nosso interior a maneira de viver feliz todos os dias, fazendo do “agora”, “aqui” e “eu” manifestações de plena satisfação.
Aprendemos o Ensinamento de Shakyamuni Buda
Não há momentos em nossa vida em que desejamos um apoio espiritual?
Você sente certa dificuldade de compreensão ao ouvir o ensinamento de Shakyamuni Buda? Porém, o que Shakyamuni Buda elucidou foi o óbvio e qualquer pessoa pode compreendê-lo de imediato. Neste mundo não há nada que seja fixo e não sofra mudanças – A Lei da transitoriedade é uma das Verdades ensinadas no budismo. Buda nasceu como ser humano, teve experiências de sucesso e fracasso durante a sua vida, procurou o caminho da libertação do sofrimento de todas as pessoas e elucidou que qualquer pessoa poderia viver firmemente apenas conhecendo a Verdade. O ensinamento original da transitoriedade e do espírito de Shakyamuni Buda pode ser aprendido em um dos sutras budistas tido como o melhor, o Tríplice Sutra de Lótus, que tem como centro o Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa. Esta é a base do ensinamento da nossa organização budista.

Acreditamos que todos podem viver amigavelmente
Não sentimos um pouco de desânimo vivendo num mundo em que as pessoas se encontram em pé de guerra?
Quando almejamos o topo de uma montanha, não podemos afirmar que todos irão utilizar-se do mesmo caminho para alcançá-lo. Dentre vários caminhos, irei escolher aquele que for mais apropriado para mim. A religião segue a mesma ideia. Mesmo que o pensamento e as maneiras de expressar sejam diferentes, devemos compreender que o objetivo original das religiões é encontrar a felicidade de todos; independente de o próximo ser de outra religião ou não ter religião, acreditamos que todos podem se dar as mãos.
Portanto, mantemos relacionamento com diversas religiões do mundo e aprendemos o modo de obter harmonia baseados no ensinamento do budismo, dando vida ao sentimento recíproco das pessoas e almejando a paz.
Vivenciamos o budismo dentro de nossa vida diária
É possível nos afastarmos dos problemas diários! Você conhece esse budismo da vida diária?
Qual a finalidade de seguirmos uma fé? Será que é para realizarmos um desejo? Ou para obtermos uma graça divina? Não, não é isso. Temos fé para que possamos viver a nossa vida diária sempre de forma tranquila e alegre. Portanto, não procuramos ter uma prática especial, fora da vida cotidiana, nem seguimos o monastério. Praticamos o ensinamento e o desejo de Shakyamuni Buda no lar, no trabalho, na sociedade e, quando surge o sofrimento, procuramos compreender com os colegas de fé o modo de aceitação do sofrimento e como nos esforçarmos para superá-lo, baseados na Verdade. Assim podemos observar a mudança do sentimento, pois não só chegamos à conclusão de que o sofrimento não é sofrimento, mas também sentimos que o sofrimento era um nutriente para a nossa vida. O nosso ensinamento sempre preenche de tranquilidade e segurança a nossa vida diária.
Damos importância ao “eu” de agora
Você já se deu conta de seus valores?

Muitas vezes, ouvimos as pessoas dizerem que não conseguem ser seguras em suas ações. Ouvimos também o termo “perda de identidade”. Porém, será que esse fato não significa que a pessoa apenas não consegue perceber os seus próprios valores? Nós valorizamos todas as vidas como sendo uma existência preciosa. Damos importância à preciosidade da vida de cada um, isto é, ao sentido do “eu sou eu” e à percepção de que “eu possuo um brilho original”. Para dar vida ao máximo a essa existência, o nosso ensinamento faz com que cada um encontre o seu próprio sentido de vida e encontre o “eu” independente, que não se abala com qualquer coisa; isto é feito através da Lei da Transitoriedade e da essência do budismo que estão contidos no Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa.

A sua tristeza é a minha tristeza
Você tem aquele amigo que chora com você nos momentos de solidão e sofrimento?
Você sabia que a felicidade do próximo está ligada à nossa felicidade? Nós, que damos importância à dignidade da vida, não pensamos em ser felizes sozinhos. Compreendemos que a nossa felicidade virá no momento em que todos se tornam felizes. Isso porém jamais será uma concepção de auto-sacrifício; quando percebemos a nossa preciosidade e riqueza interior de pensar no próximo, poderemos sentir realmente que valeu a pena ter nascido como ser humano e poderemos obter a verdadeira felicidade. Por essa razão, compartilhamos nossos sofrimentos e preocupações, aceitamos a felicidade do próximo como sendo a nossa e assim damos importância à realização da “prática de pensar no próximo” no nosso cotidiano.
Vemos todas as pessoas como sendo Budas
Não existe quem seja inútil. Você conseguirá crer nisso.
Há momentos em que sentimos solidão, fazendo comparação com outras pessoas e nos menosprezando dizendo: “Eu sou inútil, diferente daquela pessoa”. Porém, pense bem. Em termos amplos, no registro histórico, “eu”, ser humano que nasci neste universo, sou único. Sem dúvida sou uma pessoa. Sendo assim, não acha desnecessário fazer comparações com outra pessoa numa visão de relatividade? Dizemos que todas as coisas surgiram neste mundo por uma necessidade, como expressões de Buda. Nós respeitamos tudo isso: o eu, a pessoa próxima a mim, são vistos como manifestações de Buda. Não há nada que seja inútil e, quando reconhecemos que não existe ser inútil, um mundo alegre se revela diante de nossos olhos, em que tudo enxergamos como uma existência gratificante.